XIX Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

Efeito da inibição de SGLT2 na pressão arterial de pacientes diabéticos e hipertensos com níveis pressóricos bem controlados: um ensaio randomizado, de fase 4, em equilíbrio para controle glicêmico.

Introdução

Os inibidores do Cotransportador de Sódio/Glicose 2 (SGLT2i) se demonstraram eficazes na redução da glicemia, da pressão arterial (PA) e na mudança da composição corporal de pacientes hipertensos não controlados com diabetes mellitus tipo 2 (DM2).  Sabemos que pacientes diabéticos podem apresentar padrõesdisautonomicos na PA, com predomínio de padrão não-dipper na monitorização ambulatorial de 24h (MAPA), o que eleva ainda mais o risco cardiovascular. Ademais, existe uma correlação de resposta disautonomica com hipotensão ortostática, que pode ser potencializada por medicações com efeito diurético. Estudos que avaliaram o uso de SGLT2i mostraram eficácia em restaurar o padrão circadiano normal da PA desses pacientes, com maiores reduções observadas nas medidas da pressão sistólica e diastólica durante o sono. O objetivo desse estudo é avaliar o efeito do SGLT2i no comportamento da PA avaliada pelo MAPA e hipotensão ortostatica de pacientes diabéticos em uso de anti-hipertensivos e níveis pressóricos controlados.

Métodos

Foram selecionados 98 pacientes diabéticos com alto risco cardiovascular, dados basais e demográficos demonstrados na tabela 1.

Resultados

Observamos que 78% eram hipertensos, com média de pressão arterial de 137 ± 12mmHg e 82 ± 8 mmHg, respectivamente, e 79% em uso de anti-hipertensivos, sobretudo losartana. Não observou-se diferença significativa nem na PA sistólica (136 ± 11 vs. 137 ± 12 mm Hg; p=0,51), nem diastólica (82 ± 9 vs. 81 ± 8 mm Hg; p=0,66) em ortostase entre os grupos dapagliflozinae glibenclamida, respectivamente. A PA sistólica após o tratamento foi mais baixa (129 ± 17 vs. 136 ± 18 mm Hg; p=0,026) e a diastólica tendeu a ser menor (78 ± 10 vs. 80 ± 9 mm Hg; p=0,071) no grupo da dapagliflozina. A prevalência de hipotensão ortostática, foi comparável no início do estudo (5% vs. 4,4%, p=0,904) e após o tratamento (10% vs. 23%, p=0,118) nos grupos de dapagliflozina e glibenclamida, respectivamente. Na randomização, 72% dos participantes eram não-dippers, com distribuição semelhante nos dois grupos. Após o tratamento, 68% ainda permaneceram e 14% mudaram de padrão para dipper, sem diferença entre os grupos (p=0,54)​

Conclusões

Pacientes diabéticos com níveis pressóricos bem controlados em uso de terapia anti-hipertensiva em que se associa SGLT2i tendem a ter pressão arterial ortostática menor, porém sem aumento significativo de hipotensão ortostática e sem diferenças significativas no comportamento da pressão arterial entre os grupos. 

Palavras-chave

Área

Pesquisa Clínica

Instituições

Universidade Estadual de Campinas - São Paulo - Brasil

Autores

PAMELA CAVALCANTE, Joaquim Barreto, Andrei Sposito