XIX Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

A GORDURA VISCERAL E FORTEMENTE RELACIONADA A ATEROSCLEROSE SUBCLINICA E MELHORA A ESTIMATIVA DE RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES COM DIABETES TIPO 2

Introdução

A gordura visceral e a obesidade central se relacionam à carga aterosclerótica. No entanto, as calculadoras de risco cardiovascular tradicionais não consideram estes fatores em suas estimativas.

Objetivamos avaliar se a massa de gordura visceral auxiliaria a calculadora de risco cardiovascular ASCVD na identificação de pacientes com diabetes tipo 2 e maior carga aterosclerótica (CAC=0 ou CAC>0).

Também buscamos analisar o impacto da gordura visceral na aterosclerose subclínica de pacientes em prevenção primária, por meio do escore de cálcio (Agatston). 

 

Métodos

Dados da coorte Brazilian Diabetes Study (CAAE: 89525518.8.1001.5404). Somente voluntários em prevenção primária foram incluídos.

Os pacientes foram submetidos ao exame Dual-Energy X-ray absorptiometry (DXA) para quantificação de gordura visceral, e ao exame tomográfico de artérias coronárias para detecção do escore de cálcio (Agatston). O cálculo ASCVD foi utilizado para estimar o risco cardiovascular.

Os dados estão apresentados como média e 95%IC, para distribuição normal, e mediana [Intervalo Interquartil (IQR)], para dados de distribuição não-normal. O Odds Ratio foi obtido por meio da regressão logística binária.

Analisamos se a adição da gordura visceral incrementaria o ASCVD, por meio de uma análise de reclassificação (Net Reclassification Index - NRI). P-valores ≤ 0,05 foram considerados estatisticamente significativos.

Resultados

Foram avaliados 314 voluntários, dos quais 89 apresentaram CAC=0. Pacientes com CAC>0 tinham maior idade [52,67(10,63) vs 61,35(11,13), p=0.002], predomínio do sexo masculino (31 vs 131, p<0,0001), GV/GA [0,52 (0,50-0,56) vs 0,67 (0,65-0,73)], Triglicérides [127,5(91) vs 206(126), p=0,048], HOMA-IR [5,29(4,9) vs 6,45(6,14), p=0,025], HbA1c [6,75(1,2) vs 7,9(2,1), p=0,003], ASCVD [8,8(11,15) vs 17,9(19,1), p<0,001] e menor HDL-c [45(12) vs 37,5(16), p=0,037]. GV/GA permaneceu relacionada a CAC na análise multivariada (OR 29,07, IC 95% 3,96-213,25, p=0,001). A adição de GV/GA ao modelo ASCVD, melhorou significativamente a classificação do risco cardiovascular (NRI = 0,36, IC 95% 0,07-0,62, p=0,007).

Conclusões

A variável GV/GA tem alta correlação com a carga aterosclerótica e traz importante incremento na avaliação do risco cardiovascular em pacientes com DM2.

Palavras-chave

Área

Pesquisa Clínica

Instituições

UNICAMP - São Paulo - Brasil

Autores

IKARO SOARES SANTOS BREDER, BEATRIZ LUCHIARI, VANEZA WOLF, JOAQUIM BARRETO ANTUNES, SHEILA KIMURA-MEDORIMA, THIAGO QUINAGLIA, GIL GUERRA-JUNIOR, OTAVIO RIZZI COELHO-FILHO, ANDREI CARVALHO SPOSITO