XIX Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

A COMBINAÇAO DE EVOLOCUMABE E EMPAGLIFLOZINA MELHORA A DISFUNÇAO ENDOTELIAL DE PACIENTES COM DIABETES TIPO 2

Introdução

As drogas inibidoras do cotransportador de sódio-glicose-2 (iSGLT2) mostraram ação de melhora da função endotelial e redução do risco cardiovascular (CV) em pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2). Apesar disso, mesmo fazendo uso destas medicações, o risco residual dos pacientes com DM2 permanece elevado, maior que 3% ao ano.

Paralelamente, estudos com as drogas inibidoras da Pró-proteína convertase subtilisina kexin tipo 9 (iPCSK9) em pacientes com DM2 e alto risco cardiovascular mostraram redução de eventos CV com níveis mais baixos de LDL-c, próximos a 30 mg/dL,

Apesar de plausível, não há estudos demonstrando se a adição de iPCSK9 aos iSGLT2 trará maior impacto na redução do risco cardiovascular de pacientes com DM2.

Métodos

Trata-se de um estudo prospectivo, randomizado, cego para o investigador, com 110 participantes com DM2 e idade entre 40 e 70 anos.

No Run-In, os participantes permaneceram com o controle glicêmico parcial (HbA1c 7-9%); mantiveram LDL-c entre 70 e 100 mg/dL em uso de estatina; e pressão arterial ≤ 140/90 mmHg, em uso de Bloqueador do Receptor de Angiotensina.

Os participantes foram randomizados 1:1 por meio de um software automático, para receberem o tratamento com a adição de Empagliflozina (E) ou Empagliflozina mais Evolocumabe (EE), durante 16 semanas.

Para avaliação da função endotelial, realizamos o exame Flow-Mediated Dilation (FMD) na randomização, com 8 e 16 semanas de tratamento. Também coletamos exames laboratoriais para confirmação da função endotelial, como metabólitos do óxido nítrico, e o marcador de estresse oxidativo, isoprostana.

Resultados

A média de idade foi de 58 anos. Após 16 semanas, o LDL-C reduziu -44±18% e -1.07±16% no grupo EE e E (p<.001). O FMD aumentou +2.7±0.8% e +0.5±0.9% no EE e E (p<0.0001), respectivamente. Com 8 semanas, a mudança no FMD foi de +2.0±0.5% e +0.3±0.5% para EE e E (p<0.0001). O grupo EE teve resultado superior no aumento de nitrato, [5,9 (16,5) vs 2,6 (11,8); p = 0.001], nitrito [0,14 (0,72) vs 0,02 (0,74); p = 0,025] e na queda de Isoprostana [−1,7 (5,9) vs. −1,1 (5,3); p < 0,001). Após 16 semanas, não houve diferença na HbA1c, Taxa de filtração glomerular, pressão arterial e IMC.

Conclusões

A adição de Evolocumabe à Empagliflozina trouxe significativo impacto na melhora da função endotelial, um desfecho que com frequência está associado a eventos cardiovasculares maiores.

Palavras-chave

Área

Pesquisa Clínica

Instituições

UNICAMP - São Paulo - Brasil

Autores

IKARO SOARES SANTOS BREDER, JESSICA DA SILVA CUNHA, ISABELA BONILHA, DANIEL MUNHOZ, DANIELA CAMARGO, THIAGO QUINAGLIA, SHEILA KIMURA-MEDORIMA, WILSON NADRUZ, ANDREI CARVALHO SPOSITO