XIX Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

EFETIVIDADE CLINICA DA COLCHICINA E TENDENCIAS DE USO EM PACIENTES COM DOENÇA CORONARIANA CRONICA: ANALISE DE UM ESTUDO DE COORTE MULTICENTRICO.

Introdução


A colchicina surgiu como tratamento potencial para a doença arterial coronariana. No entanto, os dados dos principais ensaios clínicos randomizados são conflitantes sobre se a colchicina reduz o risco de mortalidade. As tendências em seu uso no contexto da doença arterial coronariana ainda permanecem incertas.

Métodos


Conduzimos um estudo de coorte observacional retrospectivo usando a plataforma de rede TriNetx. As coortes foram projetadas com base nos códigos CID-10. Os pacientes com doença coronariana crônica foram categorizados em dois grupos: os que faziam uso de colchicina e os que não faziam uso de colchicina. Um pareamento por escore de propensão foi usado para equilibrar as coortes. Foram calculadas as incidências cumulativas de eventos em 3 anos e taxas de risco para eventos cardiovasculares adversos maiores (MACE), mortalidade geral, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral isquêmico. Também descrevemos as tendências para o uso da colchicina.
 

Resultados


Identificamos 26.363 pacientes na coorte de colchicina e 5.354.890 na coorte sem colchicina. Observamos uma tendência crescente nas prescrições de colchicina; no entanto, a prevalência permaneceu pequena com uma taxa de 1,6%. Após a realização de um pareamento por escore de propensão em 1:1, ambas as coortes apresentaram  26.043 pacientes e ficaram bem pareadas quanto as covariáveis.  A colchicina foi associada a um menor risco de MACE (HR 0,84, 95% CI 0,80-0,90, p < 0,001), infarto do miocárdio (HR 0,90 95% CI 0,82-0,99, p = 0,045), acidente vascular cerebral isquêmico ( HR 0,78, IC 95% 0,70 - 0,88, p < 0,001) e mortalidade  geral (HR 0,75, IC 95% 0,71 - 0,80, p < 0,001).

Conclusões


A colchicina permanece subutilizada no tratamento da doença coronariana crônica. Foi associada a um menor risco de MACE, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral isquêmico. Em contraste com os principais achados de ensaios clínicos randomizados, nesta análise de  "mundo real", a colchicina foi associada a um menor risco de mortalidade.
 

Palavras-chave

colchicina; doenças aterotrombóticas; doença arterial coronária

Área

Pesquisa Clínica

Instituições

Hcor - São Paulo - Brasil

Autores

LUCAS TRAMUJAS, Alleh Alleh Nogueira , Israel Maia, Pedro Gabriel Mello de Barros e Silva, Alexandre Biasi Cavalcanti