XIX Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

HDL HUMANA NA ATENUAÇAO DA MORTE CELULAR PRO-INFLAMATORIA INDUZIDA PELA LESAO PROVOCADA PELO INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO

Introdução

Exploramos a viabilidade do tratamento com HDL humana como potencial moduladora da via de sinalização da morte celular pró-inflamatória (i.e., piroptose) após o infarto agudo do miocárdio (IAM). Adicionalmente, avaliamos se o destino do metabolismo dos cardiomiócitos, seguido aos danos associados a piroptose pode ser mediado pela HDL através da via de proteção intracelular lidera pela proteína quinase B (AKT).

Métodos

HDL de voluntários saudáveis (30±5 anos) foi isolado por ultracentrifugação. Em seguida, corações de rato (Wistar) perfundidos pela técnica de Langendorff clássico, foram submetidos a lesão de isquemia e reperfusão do miocárdio através da oclusão transitória da artéria descendente anterior. Durante a reperfusão os corações foram divididos em grupos perfundidos com: PBS (controle, n=7), HDL (tratamento, n=7) e inibidores farmacológicos, n=7. Ensaios in vitro foram realizados com cardiomiócitos (H9C2). Foram avaliados dados sobre a extensão da área infartada, marcadores bioquímicos da piroptose, expressão de genes da piroptose, através das técnicas de análise planimétrica, Western blot e PCR-real time, respectivamente.

Resultados

HDL humana reduziu a extensão da lesão de infarto -29% comparado ao controle (p <0,05). Da mesma forma, HDL reduziu a atividade da caspase-1, proteína efetora da piroptose -45% (p <0,05) comparado com controle. HDL também preservou a proteína de membrana associada a lesão tecidual, gasderminda-D (controle 40% vs. HDL 60%; p<0,05). Este efeito cardioprotetor se mostrou dependente do aumento da ativação da AKT, conferido através da inibição farmacológica com Wortmannin seguida da análise de extensão da lesão de infarto (HDL + Wort. com 77% vs. HDL com 50%; p<0.05). Possivelmente, trata-se de um efeito pós-transcricional pois não houve diferença na expressão os genes do eixo da piroptose NLRP3 / PYCARD (ou ASC) / Caspase-1, na presença da HDL. Por fim, a avaliação in vitro de cardiomiócitos (células que corresponde 70% do volume do miocárdio) na presença de nigericina, um indutor farmacológico da piroptose, demonstrou que a HDL humana reduziu a lesão celular com a mesma magnitude do inibidor específico do up-regulator inflamassoma NLRP3 (HDL -10% vs. NLRP3i -10%; p>0,05). 

Conclusões

HDL humana nativa, pode basear fármacos miméticos na prevenção dos efeitos deletérios associado ao IAM através da modulação da sinalização da piroptose. 

Palavras-chave

HDL; piroptose; infarto agudo do miocárdio

Área

Pesquisa Básica

Instituições

Unicamp - São Paulo - Brasil

Autores

HELISON RAFAEL PEREIRA DO CARMO, Isabella Bonilha, Erica Ivana Lazaro Gomes, Joseane Morari, José Carlos de Lima Júnior, Andrei Carvalho Sposito