Dados do Trabalho

Título

HIPERTRIGLICERIDEMIA CURSANDO COM HIPERVISCOSIDADE, NECESSIDADE DE SANGRIA E AFERESE

Introdução

INTRODUÇÃO: Hipertrigliceridemia (HTG) é uma doença metabólica de ampla gama de manifestações clínicas, laboratoriais e com diversas complicações possíveis. Apresentamos um relato de caso de uma paciente com HTG muito com níveis muito elevados, manifestação de síndrome de hiperviscosidade e boa resposta à sangria terapêutica e aférese.        

Métodos

relato de caso clínico.

Resultados

RELATO: Mulher, 51 anos, com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) não insulinodependente, hábito alimentar inadequado (dieta hipercalórica), em uso irregular de metformina 500 mg duas vezes ao dia. A paciente procurou atendimento médico devido à cefaleia intensa. Nega ter tido quadro semelhante. Ao exame físico, não foram observadas alterações, além de ausência de déficits motores e sensitivos. À coleta de sangue, foi notada lipemia macroscópica na seringa de coleta. A análise bioquímica mostrou concentração sérica de triglicérides de 20.500 mg/dL, colesterol total de 2.175 mg/dL e glicemia de 910 mg/dL. Após descartadas as causas usuais de cefaleia por tomografia e ressonância magnética, considerou-se a hipótese de cefaleia secundária a síndrome de hiperviscosidade por HTG. Como não havia disponibilidade de aférese no momento, foi optado por realizar sangria terapêutica, com resolução imediata e completa da cefaleia. Passados os dias iniciais, sob insulina endovenosa em bomba de infusão, estatina, fibrato e sangrias quase diárias, houve melhora parcial do nível sérico de triglicérides, e a paciente foi transferida ao serviço com aférese disponível. No entanto, o aparelho de aférese apresentou dificuldade inicial em realizar a leitura por não interpretar como sangue o líquido que filtrava. Portanto, no primeiro dia foi retirado, aproximadamente, 150 mL de soro lipêmico puro, com queda significativa do nível sérico. No segundo dia e após 4 dias foram retirados aproximadamente 400 mL e 800 mL, respectivamente. Durante a internação, a paciente evoluiu com controle dos níveis lipídicos. O teste genético mostrou-se negativo para HTG familial. No primeiro retorno ambulatorial, a paciente informou que não estava seguindo as orientações médicas, tanto medicamentosa quanto na mudança de estilo de vida. 

Conclusões

Os autores apresentam um relato de caso de uma paciente com hipertrigliceridemia com níveis muito elevados complicada por síndrome da hiperviscosidade (raro acontecimento na HTG) e utilização de sangria terapêutica inicial, havendo pouca literatura disponível sobre sua utilização neste cenário. Houve, ainda, boa resposta á aférese.