XIX Congresso Brasileiro de Aterosclerose

Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO DE UMA GESTANTE COM SINDROME CORONARIANA AGUDA COM SUPRADESNIVELAMENTO DO SEGMENTO ST

Introdução

A ocorrência síndrome coronariana aguda é rara durante a gestação e está relacionado a maior taxa de mortalidade materna.

Métodos

Mulher de 42 anos, gestante de 22 semanas, sem comorbidades ou vícios conhecidos, história de doença arterial coronariana (DAC) precoce familiar positiva. Foi admitida com precordialgia em queimação associado a irradiação para a mandíbula e membro superior esquerdo. Na admissão, o eletrocardiograma evidenciou SCACSST em parede inferior. Aberto protocolo de dor torácica, seguindo pela realização de cineangiocoronariografia com detecção de lesão aterosclerótica em óstio da 1ª artéria diagnonal, além de lesão aterosclerótica, que foi considerada culpada, suboclusiva no terço médio da artéria circunflexa, na qual foi implantado um Stent farmacológico. No ecocardiograma observou-se queda de fração de ejeção do ventrículo esquerdo (48%) as custas de hipocontratilidade de segmento basal inferior e segmento médio e basal ântero-lateral e ínfero-lateral. A paciente iniciou terapêutica com Aspirina e Clopidogrel e mantida sem estatina até o término da gestação. Em relação ao feto não houve sofrimento fetal e a paciente segue em acompanhamento no pré-natal de alto risco com a cardiologia, obstetrícia e endocrinologia.

Resultados

  Os casos de SCACSST submetidos a angioplastia durante a gravidez são escassos. Carecendo, portanto, de literatura robusta, mas sabe-se que as principais etiologias de IAM em gestantes são: dissecção de coronárias (43%); seguida de DAC (27%) A tríade conjugada (tabagismo, idade acima de 35 anos e uso prolongado (> 10 anos) de anticoncepcional combinado oral) é considerada o fator determinante da manifestação clínica da DAC durante a gravidez e o puerpério. Além disso, a Idade materna acima dos 40 anos é um fator de risco progressivo, de modo que, para cada ano de vida da mulher, há aumento de 20% de risco para infarto do miocárdio na gestação. A abordagem inicial e o tratamento da SCACSST na gestante não diferem em grande medida, da paciente não gestante. No entanto, o uso de estatina é contraindicado na gravidez. Outra particularidade é a monitoração do feto com o uso de cardiotocogramas e ultrassonografia obstétrica. Na ausência de sofrimento fetal, o parto pode ser adiado.

Conclusões

A abordagem dessas pacientes é um desafio tanto em diagnóstico quanto em terapia, na qual uma equipe multidisciplinar deve ser acionada e trabalhar em conjunto par fornecer o melhor para a paciente e o feto.

Área

Pesquisa Básica

Instituições

HOSPITAL SÃO LUIZ - ANÁLIA FRANCO - São Paulo - Brasil

Autores

KAROLYNE MOURA RIQUE DE OLIVEIRA, VINICIUS SANTIADO DE LIMA, FLÁVIA RENNÓ TROIANI, JÚLIA GALVANI NOBRE FERRAZ, RAFAEL DOMICINIANO, GUILHERME D ANDREA SABA ARRUDA, ANDRÉ FELDMAN, ANDREIA DIAS JERÔNIMO, LUIZ FELIPE PORRIO DE ANDRADE