Dados do Trabalho
Título
TRIGLICERIDEOS E RISCO CARDIOVASCULAR
Introdução
De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, apesar da diminuição substancial verificada nas ultimas décadas, as doenças cardiovasculares (DCV) permanecem como a primeira causa de morte na maioria dos países. A relação entre triglicerídeos (TG) e risco cardiovascular sempre foi algo repleto de dúvidas e motivo de muitos estudos direcionados. Infinitas pesquisas relataram uma associação significativa entre TG e DCV. Concentrações altas de TG, colesterol total e LDL são considerados os principais fatores de risco para DCV há mais de 25 anos. Além disso, estudos demonstraram também que o desequilíbrio provocado pelos aumentos TG e a redução de HDL aumentam o risco de DCV independentemente dos níveis de LDL.
Métodos
Revisão de literatura narrativa.
Resultados
Estudos que se desenvolveram em busca de uma associação significativa entre TG e DCV, como o Paris Prospective Study, Lipid Research Clinics e o European Prospective Investigation of Cancer (EPIC Norfolk) mostraram uma relação entre os níveis de TG e DCV, enquanto o Multiple Risk Factor Intervention Trial e Womens Health encontraram uma relação ainda mais forte entre os níveis de TG fora do jejum e DCV. Como a maioria das pessoas se alimentam adequadamente durante o dia, os lipídeos fora do jejum podem ser considerados um melhor indicador das concentrações médias de lipídeos no sangue, e os indivíduos são expostos a TG pós-prandial a maior parte do tempo. Estudos de associação ampla do genoma (GWAS) também encontraram uma associação causal entre TG e DCV. Mutações em pelo menos seis genes diferentes, incluindo APOC2, APOA5, LMF1, GPIHBP1 e GPD1, podem aumentar drasticamente os TG e são classificados como distúrbios monogênicos. Alguns GWAS relacionaram claramente o TG alto com risco cardiovascular aumentado, e, inversamente, um risco de DCV isquêmica foi encontrado com TG em níveis relativamente baixos. A principal enzima metabolizadora de TG é a lipoproteína lipase, cuja função é modulada pelas apolipoproteínas AV (APOA5) e C-III. Sabendo disso, estudos encontraram reduções relativas (45%) de DCV isquêmica para mutações de ganho de função de APOA5 e LPL, em comparação com alelos não redutores de TG.
Conclusões
As DCV são responsáveis por inúmeras mortes anualmente em todo o mundo. Há anos sabe-se que concentrações altas de TG, colesterol total e LDL são considerados os vilãos do surgimento de DCV. Diante disto, estudos concluíram que uma das possíveis causas de DCV podem estar relacionadas a mutações em pelo menos seis genes diferentes encontrados na espécie humana.
Palavras-chave
Aterosclerose. Colesterol. HDL. LDL.
Área
Pesquisa Básica
Instituições
Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz (FAG) - Paraná - Brasil
Autores
CASSIANA DE MOURA E COSTA, DALTON LUIZ DE MOURA E COSTA